Interesses pessoais e corporativos alterando leis, desrespeito ao teto previsto, disparidades entre o maior e o menor salário, discriminação entre cargos assemelhados e discrepâncias no pagamento de salários, subsídios e vantagens discriminam os servidores públicos, afrontam princípios republicanos, estimulam desarmonia, criam divergências, alimentam conflitos e promovem privilégios a uma oligarquia no serviço público.
Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF ao cassar uma liminar que impedia a publicação de forma individualizada das remunerações.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
NÍVEL SUPERIOR GANHA ATÉ 225% A MAIS
IBGE: trabalhador com nível superior ganha até 225% a mais. Novo levantamento feito pelo IBGE, com dados do Cempre, aponta que, no Brasil, as grandes empresas ainda são as que mais contratam e que melhor pagam. Ainda assim, ser homem e ter nível superior faz toda a diferença - REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIAS - REVISTA ÉPOCA, 25/03/2011
Uma nova pesquisa sobre o mercado de trabalho brasileiro foi divulgada nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre). Segundo o estudo, que avalia o cenário mais recente - 2009 -, mais de 2 milhões de pessoas conseguiram uma ocupação, a maioria em grandes empresas no Sudeste. Os dados também apontam que das 20 atividades econômicas pesquisadas, em apenas 5 as mulheres eram maioria.
De um montante de 40,2 milhões de trabalhadores assalariados, 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5%), contra apenas 6,6 milhões de pessoas com curso superior (16,5%). No entanto, essa fatia de trabalhadores que concluíram a faculdade concentrou R$ 310,6 bilhões, ou 39,7% da massa salarial, enquanto os outros R$ 471,3 bilhões (60,3%) foram distribuídos entre os trabalhadores com menor escolaridade.
Pelo menos 22 milhões desses assalariados estavam em entidades empresariais (70,2% do total no ano). As empresas privadas também lideraram o número de pessoas ocupadas que chegou a 34,4 milhões (73,6%), e o maior desembolso em salários e remunerações, somando R$ 477,9 bilhões (61,1%).
De acordo com o levantamento, nas 4,8 milhões de empresas e organizações, em um total de 5,2 milhões de unidades locais, o número de pessoas que ingressaram no mercado de trabalho com salário representou um crescimento de 4,7% em relação a 2008. Mais de 50% das unidades locais dessas empresas, do pessoal ocupado e da massa salarial paga no País estão concentrados na região Sudeste.
O universo de assalariados passou de 38,4 milhões para 40,2 milhões. Quando consideradas todas as pessoas ocupadas, a taxa de crescimento de um ano para outro é a mesma, com um volume de pessoas que chegou a 46,7 milhões naquele ano. O Sudeste foi a região em que se pagou mais - 55,9% dos R$ 781,9 bilhões remunerados em todo o país.
O Cempre também revelou um aumento do salário médio mensal que, em 2009, alcançou a marca de R$ 1.540 contra R$ 1.471 no ano anterior. Segundo os dados do IBGE, o salário pode chegara a uma diferença de 225% entre trabalhadores com curso superior e aqueles sem formação acadêmica.
Apesar de representarem apenas 0,4% do total de empresas e organizações listadas no Cempre, as grandes companhias absorvem 42,6% do pessoal assalariado no País, principalmente daqueles trabalhadores com nível superior completo e outras formações. 57,7% dos trabalhadores com diploma universitário estão nas grandes companhias.
A liderança das empresas privadas com relação aos números se explica também pelo fato de terem sido a grande maioria considerada no levantamento. Das 4,8 milhões de entidades e organizações consideradas pelo Cempre, 88,1% eram empresas.
Os órgãos da administração pública representavam 0,4% das organizações. Apesar de representarem número menor do que o de entidades sem fins lucrativos (10,3%) ou de outras naturezas jurídicas (1,2%), as empresas do governo apresentaram os segundos melhores resultados, respondendo por 22,7% de assalariados e 19,6% dos ocupados e por 32,2% dos salários e outras remunerações pagas em 2009.
Discriminação de gênero
Outro dado importante trazido pelo levantamento do IBGE mostra que as mulheres ainda não estão perto dos homens dentro do mercado de trabalho brasileiro. Apenas 5 das 20 atividades econômicas pesquisadas no Cempre são dominadas por elas. As mulheres só ganham mais que os homens em áreas como saúde humana e serviços sociais (76,9%), educação (67,3%), alojamento e alimentação (54,1%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (52,6%) e outras atividades de serviços (51,6%).
Nos setores de de construção, indústrias extrativas, transporte, armazenagem e correio, agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação e eletricidade e gás, ainda são os homens que ganham os melhores salários e cargos.
No geral, as mulheres continuam como minoria em todos os setores e em todas as empresas do país. Santa Catarina é o único Estado da federação com maior participação delas - são 39,6% da força de trabalho assalariada. Rio Grande do Sul (com 38,5%), Roraima (37,3%), Paraná (36,9%) e Distrito Federal (36,8%) seguem logo atrás.
No Norte e Nordeste, observa-se a predominância do homem, sendo Alagoas o Estado em que as mulheres representam a pior minoria no mercado: 77,2% dos trabalhadores eram homens.
O levantamento do IBGE foi conduzido junto a 4,8 milhões de empresas e organizações, que reuniam 40,2 milhões de assalariados, sendo que 23,4 milhões (58,1%) eram homens e 33,6 milhões (83,5%) não tinham nível superior. O dados cadastrais e econômicos do Cempre são atualizados anualmente a partir das pesquisas nas áreas da indústria, construção civil, comércio e serviços que o IBGE divulga e das informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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