- "Remuneração dos agentes públicos constitui informação de interesse coletivo ou geral."
Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF ao cassar uma liminar que impedia a publicação de forma individualizada das remunerações.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

ESTADO DE CHOQUE


ZERO HORA 17 de junho de 2015 | N° 18197


EDITORIAIS

A situação calamitosa e falimentar da CEEE, que corre o risco de perder a concessão do serviço prestado à população gaúcha, vem a público no momento da divulgação de graves distorções na política salarial da empresa, além de benefícios astronômicos, fora da realidade de mercado e de sua capacidade financeira. Os mesmos problemas de gestão que levaram a esse quadro expõem também a falta de planejamento estratégico de prazo longo, falta de capacidade de investimento e precária execução de projetos. Essa é uma situação que não pode perdurar, pois as consequências seriam drásticas.

O que chama atenção, no caso, é que salários completamente desconectados da realidade – em maio, um servidor aposentado chegou a receber mais de R$ 60 mil, incluindo uma “gratificação após as férias” – não asseguram a contrapartida em eficiência para a empresa. A CEEE-D, responsável pela distribuição de energia para 72 municípios, incluindo os da Região Metropolitana, chegou a esse ponto devido à absoluta incapacidade de prestar serviços de qualidade. Ao consumidor, essa situação é percebida mais sob a forma de interrupções frequentes e demoradas no fornecimento de energia.

Diante das novas regras para a renovação de concessões, está instalado o impasse. A privatização da empresa depende de plebiscito. Não faltarão vozes para defender o estatismo populista e superado que tem mantido o contribuinte brasileiro refém de uma casta administrativa que só se beneficia da ineficiência do Estado. Ainda assim, não é mais possível retardar o que precisa ser feito.

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