Interesses pessoais e corporativos alterando leis, desrespeito ao teto previsto, disparidades entre o maior e o menor salário, discriminação entre cargos assemelhados e discrepâncias no pagamento de salários, subsídios e vantagens discriminam os servidores públicos, afrontam princípios republicanos, estimulam desarmonia, criam divergências, alimentam conflitos e promovem privilégios a uma oligarquia no serviço público.
Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF ao cassar uma liminar que impedia a publicação de forma individualizada das remunerações.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
CONSTRANGEDOR - SALÁRIO MÍNIMO FIXADO EM R$ 540
SEM ALTA REAL. Lula fixa mínimo em R$ 540. Criticado por centrais sindicais, valor do piso salarial confirmado nesta quinta-feira não compromete contas da Previdência - ZERO HORA, 31/12/2010.
Um dos últimos atos de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência será a fixação do salário mínimo em R$ 540 a partir deste sábado. A medida provisória foi assinada na quinta-feira para ser publicada no Diário Oficial da União de sexta, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Adecisão, porém, não deverá encerrar a polêmica em torno do aumento, já que a MP será discutida pelo Congresso, que poderá alterá-la, embora tenha aprovado o valor semana passada na votação do Orçamento para 2011. O piso de R$ 540 representa a reposição da inflação, alta de 5,88%, e é criticado pelas centrais sindicais.
Deputado eleito pelo PDT de São Paulo, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, já anunciou que fará uma emenda à MP, elevando o valor para R$ 580. Vai também propor o reajuste das aposentadorias acima do mínimo em 10%. O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, informou que as centrais têm três representantes no Congresso. Além de Paulinho, estarão lá Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, eleito pelo PT de São Paulo e ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), e Roberto Santiago (PV-SP), vice-presidente da UGT.
– É um tripé que funciona sintonizado – disse Patah.
A presidente eleita, Dilma Rousseff, chegou a sinalizar que aceitaria valor maior. Seria necessário, porém, acordo para que parte do reajuste fosse descontada do aumento de 2012, quando o ganho será calculado com base no crescimento da economia em 2010, que deverá superar 7%.
Segundo Mantega, entretanto, a definição desse valor é positiva para a economia, porque evita um aumento muito forte no déficit da Previdência e preserva o poder de compra do piso salarial do país, que, segundo ele, teve o maior crescimento da história nos últimos oito anos.
Em sua última fala em cadeia de rádio e TV como presidente, Lula afirmou que o mínimo no seu governo teve ganho real de 67%. De 2003 a 2010, porém, teve oito reajustes – 53,5% acima da inflação acumulada.
EVOLUÇÃO DOS SALÁRIOS DO POVO E DOS DEPUTADOS
2003 - R$ 240,00
2004 - R$ 260,00
2005 - R$ 300,00
2006 - R$ 350,00
2007 - R$ 380,00
2008 - R$ 415,00
2009 - R$ 465,00 - R$ 16.512,00 Deputado
2010 - R$ 510,00 - R$ 26.723,13 Deputado
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - No momento em que os salários dos deputados, senadores, ministros de Estado, presidente e vice-presidente da República foram reajustados para R$ 26,7 mil, um aumento de 61,8%, com reflexo cascata nos Estados e Municípios, o salário mínimo é fixado em apenas R$ 540, o que representa apenas a reposição da inflação. De 2003 a 2010, o salário mínimo teve oito reajustes - um ganho real de 53,5%. Esta é a República das desigualdades, da discriminação salarial, dos senhores feudais, da aristocracia legislativa e judicial, da desarmonia, das divergências, das desordens e da insegurança jurídica e judiciária.
"Os R$ 540 não trarão uma pressão tão grande na previdência, o que nos ajuda no equilíbrio fiscal" - Guido Mantega, Ministro da Fazenda. Engraçado?!?! O salário miserável do trabalhador pode desequilibrar os cofres públicos, mas os altos salários dos juizes e parlamentares não. No Brasil, o povo só serve para eleger a a elite aristocrática e trabalhar por salários miseráveis e inconstitucional, pois não atende as necessidades vitais básicas previstas no artigo 7º, inciso IV, da constituição federal.
A PROPÓSITO - Quanto representa o salário do trabalhador em relação aos salários que paga para os mandatários que o representam? O resultado está nos custos fiscais atribuídos ao povo e nas elevadas taxas de impostos que o povo paga para receber, consumir, vender e custear a máquina pública mais cara do planeta Terra.
VEJA ESTA TABELA DE PERDAS
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
REAJUSTE SALARIAL - STF QUER 14,79%, MAS RELATORA DO ORÇAMENTO PREVÊ 5 %
Relatora prevê só 5% de reajuste para Supremo. 19/12/2010 às 23h44m - O Globo
RIO - No caso do reajuste para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a relatora-geral do Orçamento, Serys Slhessarenko (PT-MT), manteve apenas os 5,25% já garantidos pelo governo na proposta orçamentária original enviada ao Congresso. O Supremo enviou projeto prevendo reajuste do subsídio dos ministros em 14,79%, o que elevaria seus salários dos atuais R$ 26,7 mil para R$ 30,6 mil, a partir de janeiro de 2011.
A proposta do STF prevê um impacto no Poder Judiciário de cerca de R$ 450 milhões, mas o Planejamento destinou apenas R$ 156,73 milhões para esse projeto, concedendo apenas a reposição da inflação do período (cerca de 5,25%), o que eleva o salário para R$ 28,1 mil.
- Para o Supremo, demos apenas aqueles 5% da inflação - disse Serys.
Além disso, R$ 3,9 bilhões são para a reposição das perdas dos estados exportadores com a chamada Lei Kandir; R$ 350 milhões a mais para obras da Copa do Mundo; mais R$ 1,05 bilhão para a área da Saúde, basicamente para ações de média e alta complexidade dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Há ainda recursos para o setores da Agricultura, da Marinha e do Exército.
RIO - No caso do reajuste para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a relatora-geral do Orçamento, Serys Slhessarenko (PT-MT), manteve apenas os 5,25% já garantidos pelo governo na proposta orçamentária original enviada ao Congresso. O Supremo enviou projeto prevendo reajuste do subsídio dos ministros em 14,79%, o que elevaria seus salários dos atuais R$ 26,7 mil para R$ 30,6 mil, a partir de janeiro de 2011.
A proposta do STF prevê um impacto no Poder Judiciário de cerca de R$ 450 milhões, mas o Planejamento destinou apenas R$ 156,73 milhões para esse projeto, concedendo apenas a reposição da inflação do período (cerca de 5,25%), o que eleva o salário para R$ 28,1 mil.
- Para o Supremo, demos apenas aqueles 5% da inflação - disse Serys.
Além disso, R$ 3,9 bilhões são para a reposição das perdas dos estados exportadores com a chamada Lei Kandir; R$ 350 milhões a mais para obras da Copa do Mundo; mais R$ 1,05 bilhão para a área da Saúde, basicamente para ações de média e alta complexidade dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Há ainda recursos para o setores da Agricultura, da Marinha e do Exército.
domingo, 19 de dezembro de 2010
MINISTÉRIO PÚBLICO DO RS - Concurso para agentes oferece salários iniciais de R$ 3.177,4 e R$ 4.925,013
- Concursos do Ministério Público do RS. Zero Hora, 18/12/2010, 16h09min
Mais de 7 mil candidatos realizam prova para agente administrativo do MPE. A remuneração inicial para o cargo é de R$ 3.177,43 e há 48 vagas disponíveis.
Mais de 7 mil candidatos realizam na tarde deste sábado as provas do concurso de agente administrativo do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPE). A prova, que iniciou às 14h, contém questões de conhecimentos gerais (legislação e informática), língua portuguesa e conhecimentos específicos. A remuneração inicial para o cargo é de R$ 3.177,43 e há 48 vagas disponíveis.
No domingo, será realizada a prova para a função de secretário de diligências, cujo salário é de R$ 4.925,01. Mais de 6 mil candidatos disputam as 38 vafas disponíveis para a função. A prova inclui informática, língua portuguesa e conhecimentos específicos.
As vagas serão distribuídas entre 16 regiões administrativas do Estado: Missões, Médio Uruguai, Planalto, Alto Jacuí, Serra, Vale do Taquari, Campos de Cima da Serra, Vale do Rio Pardo, Central, Fronteira Oeste, Campanha, Sul, Litoral, Metropolitana, Metropolitana do Delta do Jacuí e Porto Alegre.
MPE - Remuneração inicial para o cargo:
Agente administrativo - R$ 3.177,43
Secretário de diligências - R$ 4.925,01
Mais de 7 mil candidatos realizam prova para agente administrativo do MPE. A remuneração inicial para o cargo é de R$ 3.177,43 e há 48 vagas disponíveis.
Mais de 7 mil candidatos realizam na tarde deste sábado as provas do concurso de agente administrativo do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPE). A prova, que iniciou às 14h, contém questões de conhecimentos gerais (legislação e informática), língua portuguesa e conhecimentos específicos. A remuneração inicial para o cargo é de R$ 3.177,43 e há 48 vagas disponíveis.
No domingo, será realizada a prova para a função de secretário de diligências, cujo salário é de R$ 4.925,01. Mais de 6 mil candidatos disputam as 38 vafas disponíveis para a função. A prova inclui informática, língua portuguesa e conhecimentos específicos.
As vagas serão distribuídas entre 16 regiões administrativas do Estado: Missões, Médio Uruguai, Planalto, Alto Jacuí, Serra, Vale do Taquari, Campos de Cima da Serra, Vale do Rio Pardo, Central, Fronteira Oeste, Campanha, Sul, Litoral, Metropolitana, Metropolitana do Delta do Jacuí e Porto Alegre.
MPE - Remuneração inicial para o cargo:
Agente administrativo - R$ 3.177,43
Secretário de diligências - R$ 4.925,01
sábado, 18 de dezembro de 2010
REAJUSTE ABUSIVO - Sindicalistas classificam como exagerado o reajuste de parlamentares
Sindicalistas classificam como exagerado o reajuste de parlamentares - Zero Hora Online 18/12/2010
"É uma demostração de absoluto descaso", afirma presidente do Sindicato dos Médicos
O projeto que aumentou em 61,83% os salários dos parlamentares, em 133,96% o valor do vencimento do presidente da República e em 148,63% no salário do vice-presidente e dos ministros de Estado provoca reações em diversas áreas. Representantes de sindicatos do Rio Grande do Sul se manifestaram insatisfeitos com o reajuste.
Segundo Paulo de Argollo Mendes, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers), a medida é uma afronta aos trabalhadores. Em Porto Alegre, onde o piso da categoria é de 2,6 mil, o último reajuste salarial foi de 7%, em maio.
— É completamente desproporcional ao rendimento usual. É descolado da realidade em que vive o povo brasileiro, uma demostração de absoluto descaso — ressaltou.
Sobre a declaração do deputado Claudio Diaz, do PSDB, que afirmou que "o deputado que exerce o seu papel com o devido respeito e o devido rigor merece um salário equivalente ao maior existente no país", Mendes salienta que "as responsabilidades dos médicos também não são tão pequenas."
Alfredo Gonçalves, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, cujo último reajuste salarial recebido foi de 9,5 %, compartilha da mesma opinião.
— É um absurdo em relação à condição de vida do brasileiro. Milhões vivem com um salário mínimo. Enquanto uns trabalham 44 horas semanais e lutam todo ano para ter um reajuste acima da inflação, na calada da noite, aumentam o salário deles em 61%.
O vice-presidente da Federaçao dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Nelson Wild, salienta que este valor terá repercussão também nos Estados. Parlamentares de 20 Estados devem seguir exemplo do Congresso e aumentar os próprios salários. Ele afirma que, em relação aos índices de salário mínimo, o aumento representa um valor extremamente alto.
— Ele foge a qualquer patamar. O salário mínimo se eleva na faixa de 9%, 10% ao ano. Não somos contra que recebam reajustes, agora, em níveis razoáveis de crescimento do País e, ao mesmo tempo, que ocorra uma valorização maior do salário mínimo.
Seguindo o retrato das votações na Câmara e no Senado, a maioria dos parlamentares federais gaúchos é favorável ao aumento.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
EFEITO CASCATA - Assembleias correm para aprovar reajuste salarial
A exemplo do Congresso, Assembleias correm para aprovar reajuste salarial. Vários Legislativos estaduais colocaram ontem na pauta projetos para garantir que os próprios salários sejam fixados em 75% do subsídio do parlamentar federal; salário será elevado para R$ 20 mil, já que no Congresso passa para R$ 26,7 mil - 16 de dezembro de 2010 | 23h 01 - Lucas de Abreu Maia, Eduardo Kattah, Angela Lacerda, Tiago Décimo e João Novaes, de O Estado de S.Paulo
O exemplo do Congresso será seguido por praticamente todos os Legislativos estaduais que, na esteira do aumento de 62% autoconcedido aos parlamentares na quinta-feira, 16, apressaram-se para colocar na pauta, antes do fim do ano, projetos que garantam a remuneração de cerca de R$ 20 mil para os deputados estaduais.
Em Estados como São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio Grande do Norte os deputados estaduais já haviam se antecipado e aprovado, antes mesmo do Congresso, a regulamentação para que o subsídio seja equivalente a 75% do que ganham os parlamentares federais - que a partir de agora vão receber o mesmo salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal, de R$ 26,7 mil. Só nesta quinta-feira, 16, as Assembleias Legislativas do Pará, Ceará e Mato Grosso do Sul também garantiram o reajuste.
Na Bahia, Rio Grande do Sul e Pernambuco, a correria é para votar o reajuste na próxima semana, a última antes de encerrar os trabalhos legislativos do ano. Os deputados de Minas Gerais e Rio de Janeiro já tinham garantido, desde legislaturas passadas, o aumento automático vinculado à decisão do Congresso.
Antecipado
Na Assembleia paulista, cujos salários irão de R$ 12.384,37 para R$ 20.042,35, os deputados aprovaram na última terça-feira a lei que define seus salários como 75% do valor pago aos deputados federais. Esta vinculação está prevista na Constituição, mas precisava ser ratificada. Segundo os deputados paulistas, a vinculação é "praxe" e feita todos os anos.
"Este é um procedimento que realizamos todos os anos, independentemente do Congresso", disse o deputado Vaz de Lima (PSDB), líder do governo na Assembleia. O aumento deve gerar um gasto extra de R$ 8,3 milhões. Os deputados paulistas viram seus holerites engordarem uma semana depois de eles próprios aprovarem um aumento de 26% nos salários do governador, do vice e dos secretários. O chefe do executivo estadual passou a receber R$ 18.725. O impacto nas contas públicas será de R$ 425,6 milhões, segundo dados da Secretaria Estadual de Gestão
Os deputados estaduais do Rio Grande do Norte também encerraram a última sessão do ano aprovando o aumento salarial para eles mesmos. O impacto anual na folha de pessoal do Poder Legislativo (excetuando-se o terço de férias) será de aproximadamente R$ 2,4 milhões.
Na Bahia, a Assembleia vota na próxima terça-feira um projeto de resolução para garantir o aumento, que vai gerar uma despesa adicional de R$ 17 milhões no orçamento.
Na última sessão plenária de 2010 e a toque de caixa, os deputados estaduais de Mato Grosso não perderam tempo e aproveitaram para aprovar ontem, por unanimidade, o reajuste de seus salários. Também aprovaram, nesta quinta-feira, os reajustes de 15% nos salários do governador, vice e secretários de Estado.
Sertanejo
"O aumento é o custo da democracia", afirmou o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Guilherme Uchoa (PDT). Segundo ele, um deputado que mora em municípios sertanejos tem que sustentar suas famílias no Recife e não podem deixar de estar perto de suas bases eleitorais. "R$ 12 mil, R$ 13 mil dá para essas despesas? Não dá", disse.
A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará apresentou nesta quinta-feira, 16, o projeto que fixa os novos subsídios dos deputados estaduais em 75% dos salários dos deputados federais.
Em Minas, o aumento deverá gerar um impacto de R$ 8,8 milhões em 2011. De acordo com a Assembleia, desde 2003, a correção é praticamente automática e basta uma decisão formal da atual Mesa Diretora para que passe a valer na próxima legislatura,
Em meio a uma reforma administrativa e faltando apenas três sessões para encerrar o ano legislativo, os deputados estaduais capixabas ainda estão discutindo se vão ou não tratar de aumento salarial ainda nesta legislatura.
Em Goiás, o deputado Hélder Valim (PSDB), presidente da Assembleia, garantiu que "deixará para a próxima legislatura" a definição sobre o reajuste automático nos salários.
JUSTIÇA SALARIAL LEGAL REALMENTE JUSTA
Manifesto por uma Justiça Salarial Legal REALMENTE justa.
"A forma como se estabeleceu o reajuste dos parlamentares é um escárnio para os eleitores". Alino Lorenzon, Professor aposentado de filosofia da UFRJ e UERJ (área de ética e filosofia política)- Congresso em Foco, 17/12/2010
“Vamos apanhar todos os dias, o dia todo, mas vamos votar. Se fizermos gradual, vamos apanhar violentamente todas as vezes que for dado o reajuste. O melhor é fazer de uma só vez” (O Globo, 15/12/10, p. 14).
Essa declaração de um dos líderes do Congresso Nacional com respeito ao pleito de equiparação dos vencimentos com um reajuste de 61% evidencia o grau de insensibilidade moral, social e política a que estão chegando os nossos parlamentares, justamente nesta época em que somente se pensa no consumismo das festas de Natal e Fim de Ano. É um escárnio para os eleitores e, de modo particular, para os brasileiros e para as brasileiras das periferias, da economia informal e para as populações de rua e das nações indígenas.
Diante desse quadro, vamos ficar inativos? A sentença de E.Burke, que abre o Manifesto pela Redução de Homicídios no Brasil do Abaixo-assinado da lutadora ONG RIO DE PAZ e que tomei a liberdade de colocar no texto a seguir, retrata muito bem a ousadia dos legisladores. Diante dessa trágica realidade, que faria o Betinho na continuação da sua luta pela Ética na política”, se ainda estivesse vivo? Então Vamos esperar contra toda esperança. Apoio total à intervenção da deputada Luiza Erundina: "Nós, parlamentares, não podemos deliberar em nome do próprio interesse contra o interesse público. Esse projeto é um absurdo", disse exaltada na tribuna. "Eu recomendaria aos meus colegas, se essa proposta for aprovada, que tirem os seus botons, porque vão sofrer agressões da população, que não aceita arbitrariedades contra o interesse público. É um desrespeito essa medida sem transparência e sem lógica para justificar esse aumento".
Manifesto por uma Justiça Salarial Legal REALMENTE justa.
“Para que o mal triunfe, é necessário apenas que os homens de bem permaneçam inativos” – Edmund Burke (1729-1797), homem político e escritor inglês, que se opôs à política colonialista do seu país.
Face à insensibilidade moral e face ao sem sentido da representação política dos nossos parlamentares pleiteando a equiparação dos seus salários de R$ 16,5 mil aos dos Ministros do STF no atual nível de R$ 26,7 mil (reajustes de 61,8%) e, face ao pleito do reajuste médio de até 54% reivindicado para os servidores do Judiciário (reajuste este julgado “delirante” pelo próprio ministro do Planejamento), as organizações da civil abaixo assinadas manifestam sua profunda indignação com base nas seguintes ponderações.
Definição constitucional do salário mínimo. Com a equiparação dos salários dos parlamentares do Congresso Nacional aos dos ministros do STF, lembramos que somente UM salário pelos mesmos pleiteado equivaleria a 52 mínimos atuais, isto é, o assalariado do mínimo deveria trabalhar quase quatro anos e três meses para poder se equiparar a UM salário de parlamentar. Diante dessa aberração e, antes de qualquer discussão a respeito do salário mínimo, pedimos aos parlamentares que leiam e releiam o que reza o Art. 7°, inciso lV, Capítulo ll, DOS DIREITOS SOCIAIS da Constituição Federal: Os trabalhadores urbanos e rurais têm direito, entre outros, ao “ salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”, e isso independentemente de cor, raça, gênero, status social, função pública ou privada. Portanto, o atendimento à satisfação das necessidades básicas de todo ser humano deve ser a premissa a orientar e inspirar toda discussão a respeito do salário mínimo.
Face ao exposto, cabe perguntar: Será que um trabalhador com o mínimo de R$ 540 tem meios e condições de atender “a suas necessidades vitais e às de sua família”? Fica aí a gravíssima pergunta aos nossos parlamentares e aos membros do Judiciário?
Diante desse quadro, acreditamos que seria muito salutar e muito instrutivo que, de quando em quando, os nossos parlamentares saíssem da “Ilha da Fantasia”, que é Brasília, e percorressem a pé os bairros das periferias, sentindo de perto as agruras do dia a dia das famílias dessas populações, das quais os senhores são os representantes, e o mesmo fizessem ao retornarem aos seus domicílios “em consulta e contactos com as bases”! Não esperem fazê-lo SOMENTE na próxima campanha eleitoral.
População brasileira que passa fome. A recente Pesquisa do IBGE acaba de mostrar como a fome ainda assombra 11,2 milhões de brasileiros (entre populações indígenas e quilombolas), ainda não beneficiados pela Bolsa Família. Esses brasileiros, que sobrevivem na pobreza extrema com renda per capita de um quarto de salário mínimo, deveriam ser os primeiros a receber uma visita de parlamentares e um mínimo de atenção urgente desses privilegiados que ficam pleiteando salários e outras vantagens exorbitantes. São também (e ainda com maior sacrifício) essas populações desprotegidas que contribuem, dentro das suas limitadíssimas possibilidades, com o pagamento de tributos indiretos subsídios e outras mordomias. Examinem, pois, detidamente, com um espírito de solidariedade e de compaixão, no nível das diferentes regiões e realidades sociais do nosso Brasil, a escala salarial e a dureza da vida dessa multidão de profisssionais da educação e da saúde, da polícia, dos garis e de tantas outras categorias de trabalhadores e de trabalhadoras do mesmo nível social, e isso sem falar de todas as pessoas e das numerosas famílias da multidão da “economia informal” e das “populações de rua”. E mais explicitamente, perguntemo-nos: Como pode um gari do município do RJ sobreviver com o salário de R$ 534. O médico, o professor com uns R$ 800? O policial com uns R$ 1. 100? E um motorista de ônibus, de modo particular das nossas grandes metrópoles, ter uma vida profissional, pessoal e familiar, digna de um ser humano, trabalhando em condições estressantes?
Profissionais da segurança pública e a PEC 300, que cria um piso nacional para policiais civis e militares no valor de R$ 3.5 mil. Desde 2008, a emenda se arrasta no Congresso, com a agravante de governadores e ministros fazerem apelo para que a Câmara não a vote. Mas, como pode um policial, com um salário irrisório, gozar de uma vida decente para si e para a família com um salário indecente? Faz-se mister lembrar e lamentar que a polícia do Rio de Janeiro é das mais mal pagas do Brasil, depois da polícia de Alagoas, com um salário de R$ 1.100. O salário de um soldado iniciante do BOPE, é de R$ 1,2 mil por mês. Todos nós continuamos a acompanhar, emocionados, a luta travada no Rio de Janeiro pelas polícias do Rio de Janeiro e pelas Forças Armadas no desbaratamento da maior fortaleza do tráfico do Brasil, o Complexo do Alemão. Um exemplo único de estratégia militar para o Brasil e para o mundo, como a mídia nos tem muito bem demonstrado. Sem dúvida alguma, o mais justo testemunho de reconhecimento e o melhor presente do Natal de 2010 para as polícias e, SOBRETUDO para as do estado do Rio de Janeiro, seria a aprovação imediata por parte do Congresso da PEC300..
Profissionais da educação. Em 2008 sancionada pelo presidente Lula a lei que instituiu o piso salarial profissional nacional dos Educadores Públicos da educação básica no valor de R$ 950. No entanto, infelizmente sabemos dos empecilhos de toda sorte, criados para que essa lei venha a ser aplicada.
Aplicação justa dos tributos arrecadados. Portanto, precisa, SIM, urgente e permanentemente, que os nossos parlamentares, antes de mais nada, prestem uma atenção ESPECIAL à aplicação dos tributos arrecadados, a fim de que eles sejam de fato canalizados, sem corrupção, sem desvios e sem malversação, em investimentos maciços nos campos da saúde e da educação, da habitação, do emprego e da segurança pública, das reformas profundas do sistema carcerário, nos transportes públicos, rápidos, eficientes e confortáveis, no saneamento básico, nas estradas, portos e aeroportos modernos, etc.
Votos e esperança por uma representação política justa para toda a população brasileira. Esperemos, pois, que essas considerações e esse grito de indignação, expressando, sobretudo, os sentimentos dos sem voz e sem vez, dos quais os parlamentares são (ou ao menos deveriam ser) os PRIMEIROS representantes legais, comovam os seus corações e iluminem as suas mentes. E, para nós cristãos, fica o desafio evangélico de transformar na prática e no testemunho a “opção preferencial pelos pobres”.
NB – Um apelo às ONGs e aos movimentos da sociedade civil para uma corrente nacional de resistência.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Somente uma corrente nacional de resistência poderá congelar o teto salarial nos três Poderes e permitir a igualdade salarial entre todos os cargos públicos de forma a não mais permitir que uma elite aristocrática se instale nos poderes para enriquecer com dinheiro público.
Sugiro que se comece pelos aeroportos e pelos eventos e solenidades, onde estes "senhores feudais" gostam de aparecer. A pressão popular e contínua é a única forma de mostrar a indignação, envergonhar a autoridade e tirar a mascara destes "senhores". O voto nulo já se mostrou ineficaz diante do sistema político vigente que assegura e protege os oportunistas, corruptos e fichas-sujas.
Enquanto o povo se manter alienado, adormecido, distante e ausente, as farras continuarão saqueando os cofres públicos e promovendo aumento de impostos para garantir o orçamento do Estado.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
EQUIPARAÇÃO SALARIAL ENTRE OS TRÊS PODERES
Nasce uma República amparada por princípios da República Francesa.
Líderes de partidos querem equiparação salarial de autoridades dos três poderes aos vencimentos de ministros do STF - 14/12/2010 às 23h17m; Isabel Braga
BRASÍLIA - A maioria dos líderes dos partidos na Câmara dos Deputados defendeu nesta terça-feira, na primeira reunião formal para discutir o assunto, a equiparação salarial de autoridades dos três poderes aos vencimentos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje em R$ 26,7 mil. A expectativa era de que essa proposta fosse votada nesta quarta-feira na Câmara; porém, a decisão pode ficar para a semana que vem, a última de trabalho antes do recesso legislativo, que se estenderá até o fim de janeiro. O tema voltará a ser discutido nesta quarta-feira em reunião da Mesa Diretora da Câmara.
Na reunião de líderes, o único a ponderar que o melhor seria fazer a equiparação de forma gradual foi o representante do PSOL, Ivan Valente (SP). Ele argumentou que seria uma forma de reduzir a reação contrária da opinião pública à medida.
Outros líderes, no entanto, reagiram, alegando que "apanhariam violentamente todas as vezes" que fosse aplicado reajuste gradativo para se chegar à equiparação.
- O resumo da ópera foi: vamos apanhar todos os dias, o dia todo, mas vamos votar. Se fizermos gradual, vamos apanhar violentamente todas as vezes que for dado o reajuste. O melhor é fazer de uma só vez - afirmou um dos líderes, resumindo o sentimento do grupo na reunião de ontem.
Reajuste para presidente e vice pode chegar a 134%
Pela proposta em discussão - e que ainda precisa ser acordada pelos senadores, já que o projeto de decreto legislativo com o aumento precisa ser aprovado nas duas Casas do Congresso -, os reajustes seriam de 61,8% para deputados e senadores; e de 134% para presidente e vice-presidente da República. Os ministros também teriam seus salários mais que dobrados.
Hoje, os parlamentares ganham subsídio de R$ 16,7 mil. O presidente da República tem salário atual de R$ 11,4 mil. Os ministros da Esplanada, R$ 10,7 mil. Estão excluídos do valor as outras vantagens e benefícios, diretos e indiretos, que todos as autoridades têm.
Nesta terça-feira, o vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que está conduzindo as votações de projetos e também as negociações em torno do aumento aos parlamentares, afirmou que a reunião não teve conclusão. Não havia, na tarde desta terça-feira, definição se a proposta poderá ser votada hoje.
Maia confirmou apenas que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, responsável por elaborar o projeto de decreto legislativo, se reunirá nesta quarta-feira, às 11h. Líderes que participaram do encontro, no entanto, contam com a votação da proposta ainda nesta quarta-feira, por entenderem que será bem mais difícil promover a análise na próxima semana.
Temer diz não ter objeção aos reajustes
O presidente da Câmara dos Deputados e vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou nesta terça-feira "não ter objeção" à votação do aumento dos parlamentares. Disse, porém, que não conduziria as negociações porque renunciará nesta quarta-feira à presidência da Casa, para, assim, poder ser diplomado como vice-presidente eleito na próxima sexta-feira.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Independente do deboche, do abuso, do efeito cascata, da afronta aos eleitores e do custo aos cofres públicos, acha justo a equiparação salarial entre os três Poderes da República. O texto original do artigo 37, inciso XII, da constituição federal, aprovada por uma constituinte, proíbe o pagamento de vencimentos aos cargos dos Poderes Judiciário e Legislativo superiores aos pagos aos cargos do Poder Executivo. Portanto, além de uma violação do princípio republicano da igualdade e de fomentar uma hipocrisia política para evitar ganhos melhores dentro do Executivo, vigora no Brasil um ato imoral e inconstitucional que permite o pagamento de salários mais que o dobro para os cargos do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, relegando e discriminando os salários dos cargos do Poder Executivo, cujo teto é o Presidente da República, o Governador e o Prefeito Municipal.
Esta decisão de equiparar o salário dos três Poderes vem resgatar o princípio republicano da igualdade. Porém, chegará um dia em que os altos salários deverão ser congelados para atender a isonomia nos demais cargos nos três Poderes, pois os cofres públicos não vão suportar tamanho ônus para atender os servidores públicos e investir nas políticas públicas necessárias para o atendimento de direitos e do desenvolvimento do país.
Líderes de partidos querem equiparação salarial de autoridades dos três poderes aos vencimentos de ministros do STF - 14/12/2010 às 23h17m; Isabel Braga
BRASÍLIA - A maioria dos líderes dos partidos na Câmara dos Deputados defendeu nesta terça-feira, na primeira reunião formal para discutir o assunto, a equiparação salarial de autoridades dos três poderes aos vencimentos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje em R$ 26,7 mil. A expectativa era de que essa proposta fosse votada nesta quarta-feira na Câmara; porém, a decisão pode ficar para a semana que vem, a última de trabalho antes do recesso legislativo, que se estenderá até o fim de janeiro. O tema voltará a ser discutido nesta quarta-feira em reunião da Mesa Diretora da Câmara.
Na reunião de líderes, o único a ponderar que o melhor seria fazer a equiparação de forma gradual foi o representante do PSOL, Ivan Valente (SP). Ele argumentou que seria uma forma de reduzir a reação contrária da opinião pública à medida.
Outros líderes, no entanto, reagiram, alegando que "apanhariam violentamente todas as vezes" que fosse aplicado reajuste gradativo para se chegar à equiparação.
- O resumo da ópera foi: vamos apanhar todos os dias, o dia todo, mas vamos votar. Se fizermos gradual, vamos apanhar violentamente todas as vezes que for dado o reajuste. O melhor é fazer de uma só vez - afirmou um dos líderes, resumindo o sentimento do grupo na reunião de ontem.
Reajuste para presidente e vice pode chegar a 134%
Pela proposta em discussão - e que ainda precisa ser acordada pelos senadores, já que o projeto de decreto legislativo com o aumento precisa ser aprovado nas duas Casas do Congresso -, os reajustes seriam de 61,8% para deputados e senadores; e de 134% para presidente e vice-presidente da República. Os ministros também teriam seus salários mais que dobrados.
Hoje, os parlamentares ganham subsídio de R$ 16,7 mil. O presidente da República tem salário atual de R$ 11,4 mil. Os ministros da Esplanada, R$ 10,7 mil. Estão excluídos do valor as outras vantagens e benefícios, diretos e indiretos, que todos as autoridades têm.
Nesta terça-feira, o vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que está conduzindo as votações de projetos e também as negociações em torno do aumento aos parlamentares, afirmou que a reunião não teve conclusão. Não havia, na tarde desta terça-feira, definição se a proposta poderá ser votada hoje.
Maia confirmou apenas que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, responsável por elaborar o projeto de decreto legislativo, se reunirá nesta quarta-feira, às 11h. Líderes que participaram do encontro, no entanto, contam com a votação da proposta ainda nesta quarta-feira, por entenderem que será bem mais difícil promover a análise na próxima semana.
Temer diz não ter objeção aos reajustes
O presidente da Câmara dos Deputados e vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou nesta terça-feira "não ter objeção" à votação do aumento dos parlamentares. Disse, porém, que não conduziria as negociações porque renunciará nesta quarta-feira à presidência da Casa, para, assim, poder ser diplomado como vice-presidente eleito na próxima sexta-feira.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Independente do deboche, do abuso, do efeito cascata, da afronta aos eleitores e do custo aos cofres públicos, acha justo a equiparação salarial entre os três Poderes da República. O texto original do artigo 37, inciso XII, da constituição federal, aprovada por uma constituinte, proíbe o pagamento de vencimentos aos cargos dos Poderes Judiciário e Legislativo superiores aos pagos aos cargos do Poder Executivo. Portanto, além de uma violação do princípio republicano da igualdade e de fomentar uma hipocrisia política para evitar ganhos melhores dentro do Executivo, vigora no Brasil um ato imoral e inconstitucional que permite o pagamento de salários mais que o dobro para os cargos do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, relegando e discriminando os salários dos cargos do Poder Executivo, cujo teto é o Presidente da República, o Governador e o Prefeito Municipal.
Esta decisão de equiparar o salário dos três Poderes vem resgatar o princípio republicano da igualdade. Porém, chegará um dia em que os altos salários deverão ser congelados para atender a isonomia nos demais cargos nos três Poderes, pois os cofres públicos não vão suportar tamanho ônus para atender os servidores públicos e investir nas políticas públicas necessárias para o atendimento de direitos e do desenvolvimento do país.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
FARRA SALARIAL - DEPUTADOS 61,83% E PRESIDENTE 133,96 DE AUMENTO SALARIAL
CONGRE$$O - O presente de Natal dos parlamentares: reajuste de 61,83%. Já o salário da Presidência da República vai aumentar 133,96%, afirma jornal - Veja Online, 10/12/2010 - 09:20
Os parlamentares vão utilizar a penúltima semana de trabalho no Congresso para se dar um belo presente de Natal: um aumento salarial de 61,83%. O projeto de reajuste, que vinha sendo discutido desde novembro, já está pronto e deverá ser votado na terça ou quarta-feira da semana que vem. O texto prevê, ainda, um aumento de 133,96% para o salário do presidente da República.
De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, com o reajuste, o salário de deputados e senadores será o mesmo da presidente eleita, Dilma Rousseff: 26.723 reais. O valor é o mesmo atualmente pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), teto do funcionalismo público.
Para driblar o desgaste político decorrente do pacote de aumentos, os parlamentares decidiram vincular o reajuste do Legislativo ao do Executivo, ou seja, de Dilma, e também dos ministros do governo. Hoje, os deputados e senadores recebem salário de 16.512,09 reais, além dos benefícios, como verba de gabinete e auxílio moradia. Já o salário do presidente da República é de 11.420,21 reais – com os descontos, cai para cerca de 8.000 reais.
Em novembro, quando descobriu-se o projeto de reajuste em tramitação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o aumento salarial da Presidência e ainda reclamou - disse ter sido prejudicado pela falta de reajuste para ele nos últimos anos. "Não há nenhuma novidade de que, no final de uma legislatura, eles aprovem o salário para a próxima legislatura. Isso é da Constituição. Somente no meu mandato eles fizeram uma sacanagem comigo. Em 2002, aprovaram aumento só para a Câmara e para o Senado", disse ele.
Mordomias - Além do salário e das verbas para trabalho, os políticos têm a seu dispor um pacote de benefícios para uso pessoal, como moradia e cobertura de gastos médicos e odontológicos. Deputados podem aderir ao plano dos servidores da Casa ou pedir reembolso de serviços particulares, sem limite de valor. Senadores também não têm limite para gastos médicos deles, do cônjuge e dos dependentes. Há ainda uma verba de quase 26.000 para despesas odontológicas e psicoterápicas.
Enquanto o presidente escolhe entre residir no Palácio da Alvorada ou na Granja do Torto, os parlamentares podem morar em apartamentos funcionais em Brasília. As compras para alimentação e os gastos com manutenção da residência do presidente são custeadas pelo estado. Se os congressistas preferirem alugar outro imóvel, deputados recebem auxílio mensal de 3.000 reais e senadores, de 3.800 reais. O que mostra que vida de político é bem diferente do cotidiano de um profissional comum - para boa parte dos brasileiros, o gasto com moradia é o que mais pesa no orçamento doméstico, e chega a responder por metade das despesas de uma família.
ANÁLISE
Político ganha pouco? - Presidente tem salário de 11.420 reais; parlamentar, de 16.512 reais. Comparado ao que se ganha no mercado de trabalho, não é muito. Mas merecem aumento? - Carolina Freitas
Carreira política tem como objetivo, na essência, servir à população, não enriquecer – por mais que alguns ainda insistam em usá-la para isso.
No Brasil do salário mínimo de 510 reais, políticos recebem remunerações acima dos 10.000 reais e têm pagas pelos cofres públicos despesas com moradia, transporte e saúde. A possibilidade de um aumento dos salários de parlamentares e do presidente reacende a discussão sobre quanto merecem ganhar os representantes do poder público brasileiro.
O presidente da República recebe por mês 11.420,21 reais. Deputados e senadores ganham 16.512,09 reais. O salário do presidente equivale, no mercado de trabalho, ao recebido por um profissional com curso de MBA, em cargo de gerência. O dos parlamentares corresponde ao salário de alguém com curso de pós-graduação ou especialização, em cargo de diretoria. A comparação tem como base dados da pesquisa salarial da Catho Online, feita a partir de 160 mil entrevistas em todo o país.
Mas as comparações não são tão simples assim. Enquanto o trabalhador comum comemora a chegada do 13º salário no fim do ano, por exemplo, os parlamentares recebem ajuda de custo no valor de um salário em fevereiro e outra em dezembro. Na prática, recebem o equivalente a 15 salários a cada ano.
Para o sociólogo Humberto Dantas, doutor em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo (USP) , a remuneração do presidente é razoável diante das responsabilidades do cargo. “Ser presidente pode ser algo excelente, mas é também uma atividade que exige sacrifícios e dedicação integral”, lembra. “Se um executivo do mercado tivesse tantas responsabilidades quanto tem um presidente da República, 80.000 reais seriam pouco para ele.” Mas sempre é necessário lembrar: a carreira política tem como objetivo, na essência, servir à população, não enriquecer – por mais que alguns insistam em usá-la para isso.
Inchaço - Apesar de avaliar como adequada a remuneração do chefe do governo, Dantas vê exagero, por outro lado, na estrutura que cerca os congressistas. Deputados têm direito a contratar até 25 assessores, com custo total de 60.000 reais. Recebem, além disso, cotas mensais entre 23.000 reais e 34.000 reais para custeio de escritórios políticos (aluguel, serviço postal, telefonia), viagens, combustível, segurança e consultoria. No Senado, além da verba indenizatória de 15.000 para manter o escritório político, o parlamentar tem verbas específicas para passagens áreas, gráfica, correio, assinatura de jornais e revistas, telefone e combustível.
“É uma estrutura inchada, que atende quase que somente a interesses eleitorais, para dar publicidade à ação e à figura do parlamentar e, em última instância, reelegê-lo”, afirma Humberto Dantas. “Os assessores contratados trabalham como cabos eleitorais e há pagamento de favores com verbas oficiais, o que não parece a forma mais correta de fazer política.” O número elevado de integrantes do Congresso – 513 deputados e 81 senadores – dificulta a fiscalização do uso desses recursos.
Casa paga - Além do salário e das verbas para trabalho, os políticos têm a seu dispor um pacote de benefícios para uso pessoal, como moradia e cobertura de gastos médicos e odontológicos. Deputados podem aderir ao plano dos servidores da Casa ou pedir reembolso de serviços particulares, sem limite de valor. Senadores também não têm limite para gastos médicos deles, do cônjuge e dos dependentes. Há ainda uma verba de quase 26.000 para despesas odontológicas e psicoterápicas.
Enquanto o presidente escolhe entre residir no Palácio da Alvorada ou na Granja do Torto, os parlamentares podem morar em apartamentos funcionais em Brasília. As compras para alimentação e os gastos com manutenção da residência do presidente são custeadas pelo estado. Se os congressistas preferirem alugar outro imóvel, deputados recebem auxílio mensal de 3.000 reais e senadores, de 3.800 reais. O que mostra que vida de político é bem diferente do cotidiano de um profissional comum - para boa parte dos brasileiros, o gasto com moradia é o que mais pesa no orçamento doméstico, e chega a responder por metade das despesas de uma família.
Os parlamentares vão utilizar a penúltima semana de trabalho no Congresso para se dar um belo presente de Natal: um aumento salarial de 61,83%. O projeto de reajuste, que vinha sendo discutido desde novembro, já está pronto e deverá ser votado na terça ou quarta-feira da semana que vem. O texto prevê, ainda, um aumento de 133,96% para o salário do presidente da República.
De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, com o reajuste, o salário de deputados e senadores será o mesmo da presidente eleita, Dilma Rousseff: 26.723 reais. O valor é o mesmo atualmente pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), teto do funcionalismo público.
Para driblar o desgaste político decorrente do pacote de aumentos, os parlamentares decidiram vincular o reajuste do Legislativo ao do Executivo, ou seja, de Dilma, e também dos ministros do governo. Hoje, os deputados e senadores recebem salário de 16.512,09 reais, além dos benefícios, como verba de gabinete e auxílio moradia. Já o salário do presidente da República é de 11.420,21 reais – com os descontos, cai para cerca de 8.000 reais.
Em novembro, quando descobriu-se o projeto de reajuste em tramitação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o aumento salarial da Presidência e ainda reclamou - disse ter sido prejudicado pela falta de reajuste para ele nos últimos anos. "Não há nenhuma novidade de que, no final de uma legislatura, eles aprovem o salário para a próxima legislatura. Isso é da Constituição. Somente no meu mandato eles fizeram uma sacanagem comigo. Em 2002, aprovaram aumento só para a Câmara e para o Senado", disse ele.
Mordomias - Além do salário e das verbas para trabalho, os políticos têm a seu dispor um pacote de benefícios para uso pessoal, como moradia e cobertura de gastos médicos e odontológicos. Deputados podem aderir ao plano dos servidores da Casa ou pedir reembolso de serviços particulares, sem limite de valor. Senadores também não têm limite para gastos médicos deles, do cônjuge e dos dependentes. Há ainda uma verba de quase 26.000 para despesas odontológicas e psicoterápicas.
Enquanto o presidente escolhe entre residir no Palácio da Alvorada ou na Granja do Torto, os parlamentares podem morar em apartamentos funcionais em Brasília. As compras para alimentação e os gastos com manutenção da residência do presidente são custeadas pelo estado. Se os congressistas preferirem alugar outro imóvel, deputados recebem auxílio mensal de 3.000 reais e senadores, de 3.800 reais. O que mostra que vida de político é bem diferente do cotidiano de um profissional comum - para boa parte dos brasileiros, o gasto com moradia é o que mais pesa no orçamento doméstico, e chega a responder por metade das despesas de uma família.
ANÁLISE
Político ganha pouco? - Presidente tem salário de 11.420 reais; parlamentar, de 16.512 reais. Comparado ao que se ganha no mercado de trabalho, não é muito. Mas merecem aumento? - Carolina Freitas
Carreira política tem como objetivo, na essência, servir à população, não enriquecer – por mais que alguns ainda insistam em usá-la para isso.
No Brasil do salário mínimo de 510 reais, políticos recebem remunerações acima dos 10.000 reais e têm pagas pelos cofres públicos despesas com moradia, transporte e saúde. A possibilidade de um aumento dos salários de parlamentares e do presidente reacende a discussão sobre quanto merecem ganhar os representantes do poder público brasileiro.
O presidente da República recebe por mês 11.420,21 reais. Deputados e senadores ganham 16.512,09 reais. O salário do presidente equivale, no mercado de trabalho, ao recebido por um profissional com curso de MBA, em cargo de gerência. O dos parlamentares corresponde ao salário de alguém com curso de pós-graduação ou especialização, em cargo de diretoria. A comparação tem como base dados da pesquisa salarial da Catho Online, feita a partir de 160 mil entrevistas em todo o país.
Mas as comparações não são tão simples assim. Enquanto o trabalhador comum comemora a chegada do 13º salário no fim do ano, por exemplo, os parlamentares recebem ajuda de custo no valor de um salário em fevereiro e outra em dezembro. Na prática, recebem o equivalente a 15 salários a cada ano.
Para o sociólogo Humberto Dantas, doutor em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo (USP) , a remuneração do presidente é razoável diante das responsabilidades do cargo. “Ser presidente pode ser algo excelente, mas é também uma atividade que exige sacrifícios e dedicação integral”, lembra. “Se um executivo do mercado tivesse tantas responsabilidades quanto tem um presidente da República, 80.000 reais seriam pouco para ele.” Mas sempre é necessário lembrar: a carreira política tem como objetivo, na essência, servir à população, não enriquecer – por mais que alguns insistam em usá-la para isso.
Inchaço - Apesar de avaliar como adequada a remuneração do chefe do governo, Dantas vê exagero, por outro lado, na estrutura que cerca os congressistas. Deputados têm direito a contratar até 25 assessores, com custo total de 60.000 reais. Recebem, além disso, cotas mensais entre 23.000 reais e 34.000 reais para custeio de escritórios políticos (aluguel, serviço postal, telefonia), viagens, combustível, segurança e consultoria. No Senado, além da verba indenizatória de 15.000 para manter o escritório político, o parlamentar tem verbas específicas para passagens áreas, gráfica, correio, assinatura de jornais e revistas, telefone e combustível.
“É uma estrutura inchada, que atende quase que somente a interesses eleitorais, para dar publicidade à ação e à figura do parlamentar e, em última instância, reelegê-lo”, afirma Humberto Dantas. “Os assessores contratados trabalham como cabos eleitorais e há pagamento de favores com verbas oficiais, o que não parece a forma mais correta de fazer política.” O número elevado de integrantes do Congresso – 513 deputados e 81 senadores – dificulta a fiscalização do uso desses recursos.
Casa paga - Além do salário e das verbas para trabalho, os políticos têm a seu dispor um pacote de benefícios para uso pessoal, como moradia e cobertura de gastos médicos e odontológicos. Deputados podem aderir ao plano dos servidores da Casa ou pedir reembolso de serviços particulares, sem limite de valor. Senadores também não têm limite para gastos médicos deles, do cônjuge e dos dependentes. Há ainda uma verba de quase 26.000 para despesas odontológicas e psicoterápicas.
Enquanto o presidente escolhe entre residir no Palácio da Alvorada ou na Granja do Torto, os parlamentares podem morar em apartamentos funcionais em Brasília. As compras para alimentação e os gastos com manutenção da residência do presidente são custeadas pelo estado. Se os congressistas preferirem alugar outro imóvel, deputados recebem auxílio mensal de 3.000 reais e senadores, de 3.800 reais. O que mostra que vida de político é bem diferente do cotidiano de um profissional comum - para boa parte dos brasileiros, o gasto com moradia é o que mais pesa no orçamento doméstico, e chega a responder por metade das despesas de uma família.
TETO ARISTOCRÁTICO - É PARA TODOS "ELES"
É para todos eles - 13 de dezembro de 2010 - OPINIÃO, O Estado de S.Paulo
Faltam poucos dias para o encerramento dos trabalhos legislativos de 2010 - e também da atual legislatura -, mas há tempo mais do que suficiente para que o Congresso aprove um projeto que ainda nem foi apresentado, mas certamente será, elevando em 61,8% os salários de deputados e senadores e, de quebra, o do presidente da República em 134%. Responsável pela elaboração do projeto, o quarto-secretário da Câmara, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), ressalva que caberá à Mesa Diretora da Casa a decisão sobre a oficialização ou não da proposta. A ressalva é apenas formal, pois não há motivos para duvidar de que o projeto será oficializado, votado e aprovado em tempo recorde.
Entende-se que, a cada quatro anos, devam ser corrigidos os vencimentos dos congressistas, do presidente da República e, por extensão, de deputados estaduais e vereadores, pois, embora baixa para os padrões históricos brasileiros, a inflação persiste e corrói o valor real dos rendimentos de todos, deputados, senadores e brasileiros em geral. Mas os cidadãos, e os contribuintes em particular, não podem entender a razão de um aumento como o que os parlamentares pretendem dar a si mesmos, a pretexto de recompor o valor real de seus vencimentos.
Nada justifica o porcentual desse aumento. A inflação oficial medida pelo IPCA dos últimos quatro anos (de 2007 até agora, admitindo-se que em 2010 seja de 5,63%) é de 20,93%; a alta acumulada do INPC, utilizado para corrigir os salários no setor privado, é de 22,41%. Qualquer que seja o índice, sua variação é de apenas um terço do aumento que os congressistas pretendem aprovar. Nem mesmo o salário mínimo, que ao longo do governo Lula vem tendo aumentos reais anuais, crescerá tanto. Se for fixado em R$ 540 para 2011, como está previsto na versão mais recente do projeto do orçamento para o próximo ano, o salário mínimo terá aumentado 42,11% em quatro anos.
A variação de 61,8% resultará da equiparação da atual remuneração dos deputados e senadores, de R$ 16.512, à dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o teto do funcionalismo público e hoje está fixada em R$ 26.723. No caso do presidente da República, como o salário atual é de R$ 11.420,21, o menor entre os chefes dos Três Poderes, a variação porcentual será bem maior.
"O aumento é para todos", explicou Marquezelli à repórter Denise Madueño, do Estado. "Vamos equiparar todos com o teto e acabar com essa lambança de, de quatro em quatro anos, ter de discutir o valor." Entenda-se "todos" em sentido restrito, pois a expressão designa todos os que frequentam os estreitos círculos do poder, mas só eles. Os brasileiros comuns estão excluídos.
Quanto à expressão "lambança", o dicionário registra, entre outros sentidos, os de "embuste", "trapaça", "conversa fiada", "patranha", "vadiagem". Alguns deles parecem adequados para o caso. O que não parece certo, pelo histórico das atitudes dos parlamentares, é que essa superlambança venha a ser a última.
A intenção dos deputados era vincular o salário dos parlamentares aos dos ministros do STF. Desse modo, sempre que os membros do Supremo tivessem aumento, os congressistas seriam automaticamente beneficiados, sem necessidade de expor publicamente suas ambições financeiras. Mas descobriram que essa vinculação exige uma emenda constitucional, cuja tramitação é muito mais demorada - e mais desgastante do ponto de vista político. Mesmo assim, há disposição dos deputados de apresentar uma proposta de emenda constitucional nesse sentido. Será outra lambança.
Não é apenas pelo índice indecentemente excessivo, se comparado com a variação do rendimento da imensa maioria dos brasileiros que vivem de seu trabalho, que a iniciativa dos congressistas causa indignação. É também pelos efeitos em cascata de uma decisão como essa. Os deputados estaduais recebem até 95% do valor pago aos deputados federais e os salários dos vereadores variam de 20% a 75% da remuneração dos deputados estaduais.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Nossos ilustres e ganaciosos deputados deve ter lido este blog e o Blog VOTO ZERO, onde destacamos o desrespeito aos artigo 37, inciso XII, do texto original da constituição federal e a violação do princípio democrático da igualdade quando o assunto é salários nos cargos públicos. A constituição proibe vencimentos superiores aos recebidos pelos cargos do Poder Executivo. Na realidade, os vencimentos dos cargos do Poderes Judiciário são mais que o dobro do que percebem os cargos do Poder Executivo. Os parlamentares recebem, somadas as verbas indenizatórias e os privilégios, mais de R$ 100 mil mensais.
Agora, os deputados querem isonomia com o teto aristocrático pago aos Ministros do STF e para obter esta "igualdade" defendem reajuste salarial até o mesmo nível para a Presidente Dilma. Com isto, o teto salarial fica o mesmo para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, mas as verbas indenizatórias e os privilégios permanecem inalteráveis e intocáveis, fora as emendas parlamentares cujo destino só o autor pode explicar.
Este é o Brasil, "muito bem representado". Nós somos a nação do gigante adormecido.
Faltam poucos dias para o encerramento dos trabalhos legislativos de 2010 - e também da atual legislatura -, mas há tempo mais do que suficiente para que o Congresso aprove um projeto que ainda nem foi apresentado, mas certamente será, elevando em 61,8% os salários de deputados e senadores e, de quebra, o do presidente da República em 134%. Responsável pela elaboração do projeto, o quarto-secretário da Câmara, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), ressalva que caberá à Mesa Diretora da Casa a decisão sobre a oficialização ou não da proposta. A ressalva é apenas formal, pois não há motivos para duvidar de que o projeto será oficializado, votado e aprovado em tempo recorde.
Entende-se que, a cada quatro anos, devam ser corrigidos os vencimentos dos congressistas, do presidente da República e, por extensão, de deputados estaduais e vereadores, pois, embora baixa para os padrões históricos brasileiros, a inflação persiste e corrói o valor real dos rendimentos de todos, deputados, senadores e brasileiros em geral. Mas os cidadãos, e os contribuintes em particular, não podem entender a razão de um aumento como o que os parlamentares pretendem dar a si mesmos, a pretexto de recompor o valor real de seus vencimentos.
Nada justifica o porcentual desse aumento. A inflação oficial medida pelo IPCA dos últimos quatro anos (de 2007 até agora, admitindo-se que em 2010 seja de 5,63%) é de 20,93%; a alta acumulada do INPC, utilizado para corrigir os salários no setor privado, é de 22,41%. Qualquer que seja o índice, sua variação é de apenas um terço do aumento que os congressistas pretendem aprovar. Nem mesmo o salário mínimo, que ao longo do governo Lula vem tendo aumentos reais anuais, crescerá tanto. Se for fixado em R$ 540 para 2011, como está previsto na versão mais recente do projeto do orçamento para o próximo ano, o salário mínimo terá aumentado 42,11% em quatro anos.
A variação de 61,8% resultará da equiparação da atual remuneração dos deputados e senadores, de R$ 16.512, à dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o teto do funcionalismo público e hoje está fixada em R$ 26.723. No caso do presidente da República, como o salário atual é de R$ 11.420,21, o menor entre os chefes dos Três Poderes, a variação porcentual será bem maior.
"O aumento é para todos", explicou Marquezelli à repórter Denise Madueño, do Estado. "Vamos equiparar todos com o teto e acabar com essa lambança de, de quatro em quatro anos, ter de discutir o valor." Entenda-se "todos" em sentido restrito, pois a expressão designa todos os que frequentam os estreitos círculos do poder, mas só eles. Os brasileiros comuns estão excluídos.
Quanto à expressão "lambança", o dicionário registra, entre outros sentidos, os de "embuste", "trapaça", "conversa fiada", "patranha", "vadiagem". Alguns deles parecem adequados para o caso. O que não parece certo, pelo histórico das atitudes dos parlamentares, é que essa superlambança venha a ser a última.
A intenção dos deputados era vincular o salário dos parlamentares aos dos ministros do STF. Desse modo, sempre que os membros do Supremo tivessem aumento, os congressistas seriam automaticamente beneficiados, sem necessidade de expor publicamente suas ambições financeiras. Mas descobriram que essa vinculação exige uma emenda constitucional, cuja tramitação é muito mais demorada - e mais desgastante do ponto de vista político. Mesmo assim, há disposição dos deputados de apresentar uma proposta de emenda constitucional nesse sentido. Será outra lambança.
Não é apenas pelo índice indecentemente excessivo, se comparado com a variação do rendimento da imensa maioria dos brasileiros que vivem de seu trabalho, que a iniciativa dos congressistas causa indignação. É também pelos efeitos em cascata de uma decisão como essa. Os deputados estaduais recebem até 95% do valor pago aos deputados federais e os salários dos vereadores variam de 20% a 75% da remuneração dos deputados estaduais.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Nossos ilustres e ganaciosos deputados deve ter lido este blog e o Blog VOTO ZERO, onde destacamos o desrespeito aos artigo 37, inciso XII, do texto original da constituição federal e a violação do princípio democrático da igualdade quando o assunto é salários nos cargos públicos. A constituição proibe vencimentos superiores aos recebidos pelos cargos do Poder Executivo. Na realidade, os vencimentos dos cargos do Poderes Judiciário são mais que o dobro do que percebem os cargos do Poder Executivo. Os parlamentares recebem, somadas as verbas indenizatórias e os privilégios, mais de R$ 100 mil mensais.
Agora, os deputados querem isonomia com o teto aristocrático pago aos Ministros do STF e para obter esta "igualdade" defendem reajuste salarial até o mesmo nível para a Presidente Dilma. Com isto, o teto salarial fica o mesmo para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, mas as verbas indenizatórias e os privilégios permanecem inalteráveis e intocáveis, fora as emendas parlamentares cujo destino só o autor pode explicar.
Este é o Brasil, "muito bem representado". Nós somos a nação do gigante adormecido.
MÉDIA SALARIAL DA MAGISTRATURA
CARREIRAS MAIS CONCORRIDAS E MÉDIA SALARIAL DA MAGISTRATURA. Prepare-se: Concursos. Zero Hora, Informe Comercial 13/12/2010.
A área do Direito é uma das mais visadas pelos concursandos. As carreiras mais concorridas são a Magistratura Federal e Estadual, cargos da Advocacia Geral da União, Procurador da República, Procurador Estadual, Promotor de Justiça Federal e Estadual, Defensor Público da União e dos Estados, Agente da Polícia Federal, Escrivão de Polícia Federal, Oficial de Justiça, carreiras de notários e registradores, analistas dos tribunais federal e estadual.
Os vencimentos para o cargo de juiz de Direito são os seguintes:
No Rio Grande do Sul:
- Entrância inicial: R$ 17.581,75
- Entrância intermediária - R$ 19.535,28
- Entrância final: R$ 21.705,86
Em nível federal:
- Juiz Federal: R$ 22.911,74
- Juiz do Tribunal Federal: R$ 24.117,62
A área do Direito é uma das mais visadas pelos concursandos. As carreiras mais concorridas são a Magistratura Federal e Estadual, cargos da Advocacia Geral da União, Procurador da República, Procurador Estadual, Promotor de Justiça Federal e Estadual, Defensor Público da União e dos Estados, Agente da Polícia Federal, Escrivão de Polícia Federal, Oficial de Justiça, carreiras de notários e registradores, analistas dos tribunais federal e estadual.
Os vencimentos para o cargo de juiz de Direito são os seguintes:
No Rio Grande do Sul:
- Entrância inicial: R$ 17.581,75
- Entrância intermediária - R$ 19.535,28
- Entrância final: R$ 21.705,86
Em nível federal:
- Juiz Federal: R$ 22.911,74
- Juiz do Tribunal Federal: R$ 24.117,62
sábado, 11 de dezembro de 2010
REAJU$TE DE NATAL - 62% para Deputados e 133,96% Presidenta Dilma.
REAJUSTE DE NATAL. No fim do ano, deputados buscam 62% de aumento - Zero Hora 11/12/2010.
Na última semana de trabalho efetivo do Congresso e a menos de 10 dias do Natal, os deputados e senadores planejam aprovar um reajuste de 61,83% nos próprios salários. Os congressistas trabalham ainda por um aumento de 133,96% no valor do vencimento do presidente da República.
O projeto já está pronto e fixa a remuneração dos parlamentares e da presidente eleita, Dilma Rousseff, em R$ 26,7 mil, o mesmo pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – teto do funcionalismo público.
A aprovação do projeto, que deverá entrar na pauta do plenário entre terça e quarta-feira, significará um aumento no salário da presidente eleita de mais de R$ 15 mil em relação ao que é pago hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula ganha R$ 11.420,21 brutos, o menor salário entre os chefes dos três poderes. Os deputados e senadores recebem R$ 16,5 mil – mas embolsam 15 salários por ano –, e o vice-presidente e os ministros ligados ao Executivo ganham R$ 10,7 mil.
– O aumento é para todos. Vamos equiparar todos com o teto e acabar com essa lambança de quatro em quatro anos ter de discutir o valor – afirmou o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), 4º secretário da Mesa e responsável pela elaboração do projeto de reajuste.
Ele argumentou que os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e o procurador-geral da República também ganham o teto salarial. Marquezelli disse que caberá à Mesa concordar ou não com a proposta dele.
BRASÍLIA - A proposta
PARA OS DEPUTADOS E SENADORES - A proposta é de elevar os vencimentos de senadores e deputados em 61,8% – passando dos atuais R$ 16,5 mil para o teto do Supremo, de R$ 26,7 mil.
PARA O PRESIDENTE - O projeto prevê um salto ainda maior para os salários do presidente da República. Atualmente, o salário do presidente Lula é o mais baixo dos três poderes: R$ 11,4 mil brutos. A ideia é elevá-lo para R$ 26,7 mil – o que representaria um salto de 133,96%.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - DIANTE DOS FATOS QUE COMPROVAM A ILEGALIDADE DA DIFERENÇA SALARIAL ATRIBUÍDA A MAIS QUE O DOBRO AOS CARGOS DOS PODERES LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO, SURGE ESTA PROPOSTA SANADORA DE ELEVAR O SALÁRIO DO PRESIDENTE (PODER EXECUTIVO) ATÉ O TETO DO MINISTRO DO STF (JUDICIÁRIO) E DOS CONGRESSISTAS (LEGISLATIVO). QUERO PAGAR PARA VER SE O EFEITO CASCATA ATINGIRÁ TAMBÉM OS CARGOS DO PODER EXECUTIVO?
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