Pelo menos 107 milhões de brasileiros vivem com menos de R$ 465 por mês. Crianças ainda são o grupo mais representado na pobreza extrema - ZERO HORA ONLINE, 15/09/2011 | 11h25min
Pelo menos 107 milhões de pessoas ainda viviam com menos de R$ 465 per capita mensais no Brasil em 2009, o valor de um salário mínimo. Ainda assim, de acordo com o comunicado sobre mudanças recentes na pobreza brasileira, divulgado nesta manhã pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estes estratos sociais — classificados como extremamente pobres, pobres ou vulneráveis — foram os que mais decresceram em tamanho absoluto nos últimos anos no país.
Por outro lado, a parcela de população vivendo com renda mensal igual ou superior a um salário mínimo per capita cresceu 13%, passando de 51,3 para 77,9 milhões de pessoas. Isto é refletido no aumento de 28% na renda média real do brasileiro, que subiu de R$ 495,12 em 2004 para R$ 634.65 em 2009.
Com uma renda per capita de até R$ 67, a população considerada extremamente pobre teve a maior redução relativa entre os estratos sociais nos últimos anos. Em 2004, esta faixa era representada por 15 milhões de pessoas. Cinco anos depois, eram 8,7 milhões.
Já em números absolutos, o estrato pobre foi o que mais reduziu. Aqueles com renda mensal entre R$ 67 e R$ 134 somavam 28,2 milhões de pessoas. Em 2009, eram 17,5 milhões.
Entenda os critérios de classificação:
Classificação- Renda per capita
Extremamente pobres - Até R$ 67
Pobres - De R$ 67 a R$ 134
Vulneráveis - R$ 134 a R$ 465
Não pobres - R$ 465 ou mais
Crianças são o grupo mais representado na pobreza extrema
Ao levar famílias com crianças da extrema pobreza para a pobreza, a mobilidade induzida pelo Programa Bolsa Família diminuiu a concentração anterior das crianças entre os extremamente pobres.
As famílias com quatro ou mais crianças de 0 a 14 anos foram o tipo que mais teve reduzida sua porcentagem entre os extremamente pobres. Estas famílias são poucas em número e sua situação de pobreza extrema é agravada pela presença de muitas crianças. As outras famílias com crianças tornaram-se mais concentradas nos vulneráveis.
Porém, as crianças continuam a ser o grupo etário mais representado na pobreza e na pobreza extrema.
— A gente ainda tem um débito muito grande para com as crianças, o que não é verdade com os idosos. A porcentagem de idosos sem renda no Brasil hoje é muito baixa — afirmou o técnico de Planejamento e Pesquisa, Rafael Guerreiro Osório.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Não entendi este critério de que coloca os que ganham mais R$ 465 ou mais como "Não pobres"? Quem consegue pagar aluguel, IPTU, gás, luz, água, alimentação, higiene e vestuário com este valor? E quem ganha quase R$ 30 mil é o que?
Interesses pessoais e corporativos alterando leis, desrespeito ao teto previsto, disparidades entre o maior e o menor salário, discriminação entre cargos assemelhados e discrepâncias no pagamento de salários, subsídios e vantagens discriminam os servidores públicos, afrontam princípios republicanos, estimulam desarmonia, criam divergências, alimentam conflitos e promovem privilégios a uma oligarquia no serviço público.
Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF ao cassar uma liminar que impedia a publicação de forma individualizada das remunerações.
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