Interesses pessoais e corporativos alterando leis, desrespeito ao teto previsto, disparidades entre o maior e o menor salário, discriminação entre cargos assemelhados e discrepâncias no pagamento de salários, subsídios e vantagens discriminam os servidores públicos, afrontam princípios republicanos, estimulam desarmonia, criam divergências, alimentam conflitos e promovem privilégios a uma oligarquia no serviço público.
Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF ao cassar uma liminar que impedia a publicação de forma individualizada das remunerações.
sábado, 3 de setembro de 2011
STF PEDE NOVO AUMENTO PARA 2012. VEM AÍ EFEITO CASCATA QUE TIRA DINHEIRO DA JUSTIÇA, SAÚDE, EDUCAÇÃO E SEGURANÇA.
STF pede novo aumento para vigorar em 2012. Após crise com governo sobre reajuste salarial de 14,79%, Supremo agora quer mais 4,8% - 02 de setembro de 2011 | 19h 39 - Mariângela Gallucci e Rosa Costa / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O Judiciário não quer apenas um aumento e resolveu entrar em rota de colisão com a equipe econômica. Durante a crise desta semana com o Executivo por causa de cortes feitos em sua proposta de reajuste de 14,79% nos salários dos magistrados, o Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhou ao Congresso na última quarta-feira um novo pedido de aumento, de 4,8%, desta vez para vigorar a partir de janeiro de 2012.
Para justificar a necessidade desse segundo aumento, o STF alega que a Constituição Federal assegura periódica atualização dos salários para recompor perdas inflacionárias. Segundo o tribunal, o índice previsto para o exercício financeiro de 2011 é de 4,8%.
Além desse aumento, o STF tenta há meses aprovar um projeto de lei para recompor perdas relativas aos anos de 2008, 2009 e 2010, que somariam os 14,79%. Se for aprovado, esse primeiro projeto fará com que os salários do Supremo passem dos atuais R$ 26,7 mil para R$ 30,6 mil. A nova proposta, encaminhada na quarta, reajustaria novamente o valor, para R$ 32 mil, a partir de janeiro.
Nesta sexta-feira, 2, para esfriar a crise com o Poder Judiciário, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, levou ao Congresso um adendo à mensagem orçamentária onde relaciona a lista dos projetos de reajustes já existentes, para incluir a demanda dos ministros do STF. A primeira versão, divulgada na quinta-feira, não continha previsão para o reajuste, ausência que foi criticada e chamada de "equívoco" pelo presidente da Corte, Cezar Peluso. Na mensagem, a presidente Dilma Rousseff informa ao Congresso a existência das propostas para respeitar a independência dos poderes, mas alerta que poderão ter um impacto nas contas públicas de R$ 7,7 bilhões.
"A inclusão de propostas grandes de reestruturação para o funcionalismo federal prejudicaria a efetiva implementação de políticas públicas essenciais como as da saúde, educação e redução da miséria. Todavia, em respeito ao princípio republicano da separação dos Poderes e cumprindo dever constitucional, submeto à elevada apreciação deste Congresso nacional as proposições anexas", diz a mensagem.
Página virada
Como a remuneração do STF é o teto do funcionalismo e do Judiciário, um aumento acarretaria efeito cascata. O impacto desse primeiro aumento só no Judiciário seria de R$ 8 bilhões. O do segundo consumiria R$ 150,5 milhões. O Supremo fez questão de deixar claro que quer a aprovação dos dois projetos. "A presente proposição (de aumento de 4,8%) se dá sem prejuízo da tramitação do PL 7.749, de 2010 (que trata do reajuste de 14,79%)", ressaltou o tribunal na justificativa do projeto.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Vem aí mais um ano de efeito cascata para detonar os recursos dos cofres públicos. Em contrapartida, faltarão recursos para aproximar e agilizar a justiça, melhorar a saúde, fomentar a educação e promover a segurança pública no Brasil. Deveriam observar o artigo 37, inciso XII da constituição federal e frear este "privilégio" salarial.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário