Interesses pessoais e corporativos alterando leis, desrespeito ao teto previsto, disparidades entre o maior e o menor salário, discriminação entre cargos assemelhados e discrepâncias no pagamento de salários, subsídios e vantagens discriminam os servidores públicos, afrontam princípios republicanos, estimulam desarmonia, criam divergências, alimentam conflitos e promovem privilégios a uma oligarquia no serviço público.
Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF ao cassar uma liminar que impedia a publicação de forma individualizada das remunerações.
sexta-feira, 18 de março de 2011
POR DEFINITIVO, SOU BURRO
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Eu de vez em quando me autointitulo gênio. Mas só por brincadeira, embora muitas pessoas me considerem um gênio. Mas eu não me considero. Eu até acho que sou uma das pessoas mais burras que conheço.
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Tanto sou burro que casei duas vezes.
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Tanto sou burro que, apesar das bandalheiras que cercam os pardais gaúchos, apesar das discrepâncias salariais existentes no serviço público, apesar de um ascensorista do Poder Legislativo ganhar mais que o funcionário mais categorizado do Poder Executivo, apesar de na segunda-feira passada um motorista de táxi tentar me atropelar quando eu estava atravessando a rua na faixa de segurança, na esquina da Cristóvão Colombo com Felicíssimo de Azevedo, quando me salvei somente por uma destreza incrível que tive para um homem de minha idade, apesar de pais estuprarem filhas e filhas abjurarem seus pais, ainda acredito na raça humana.
(...)
Como eu sou burro!
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Tanto sou burro que me entrego por vezes ao desatino de achar que sou inteligente.
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Ou não é essa minha visão uma burrice?
PAULO SANT’ANA - ZERO HORA 18/03/2011
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Todos nós somos burro, Santana. As denúncias veiculadas pela mídia entram num ouvido e saem no outro, a boca se movimenta devagar e o corpo não tem vontade sair do lugar. A viseira que nos colocaram só apontam para o umbigo onde estão os direitos individuais. Não enxergamos a amplitude e nem os limites dos nossos direitos, não respeitamos os direitos dos outros, não nos interessa a paz social e nem precisamos de ordem e de justiça para aplicar as nossas leis. Aceitamos as disparidades, a desarmonia nos poderes e as interpretações alternativas e pessoais da lei. Somos coniventes com a impunidade da corrupção, dos desvios de recursos públicos, com as farras e com os privilégios da nossa elite governante. Permitimos um Estado negligente, uma justiça morosa, presídios degradantes, violação de direitos humanos em celas superlotadas, assistencialismo sem contrapartidas, polícias truculentas, educação precária e política educacional deficiente. Pagamos altos tributos e taxas sobre taxas para pagar salários exorbitantes e custear as máquinas públicas mais caras e as menos eficientes do planeta.
Realmente, Santana, Somos todos burros.
O artigo na íntegra do Paulo Santana pode ser lido em Zero Hora.
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