- "Remuneração dos agentes públicos constitui informação de interesse coletivo ou geral."
Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF ao cassar uma liminar que impedia a publicação de forma individualizada das remunerações.

domingo, 5 de junho de 2011

REAÇÃO - BOMBEIROS ACAMPAM EM FRENTE À ALERJ, AQUARTELAM E REDUZEM SERVIÇOS


Bombeiros do Rio decidem ficar aquartelados e diminuir efetivo nas praias - 05/06/2011 às 17h33m - O Globo


RIO - Os bombeiros do Rio promovem um verdadeiro acampamento em frente à Assembleia Legislativa, neste domingo, em protesto por melhores salários e condições de trabalho. Eles trouxeram um fogão, panelas, mesas e duas barracas para improvisar uma cozinha, além de recolherem dinheiro para a compra de mantimentos. Os manifestantes decidiram que, a partir deste domingo, vão ficar aquartelados e só vão sair das unidades em todo o estado para atender casos extraordinários que representem risco de vida à população.

Segundo o comando do movimento, só serão feitos atendimentos a vítimas de armas de fogo, mal súbito e colisões com vítimas, além de incêndios de grandes proporções. Nas praias, o efetivo de guarda-vidas será reduzido e a orientação é para que todos trabalhem descaracterizados, ou seja, sem uniforme.

Na manhã deste domingo cerca de mil pessoas deramcontinuidade aos protestos por melhores salários e se reuniram nas escadarias da Alerj. Os manifestantes chegaram a pensar em seguir em passeata até a Zona Sul. Seis carros do Batalhão de Choque e cinco viaturas da PM estão posicionados no local, além do regimento de polícia montada que chegou a ser vaiado ao chegar no início da tarde.

O senador Lindberg Farias (PT) esteve na Alerj para prestar apoio à manifestação, parabenizou os bombeiros pela luta e se colocou como mediador entre os grevistas e o governo do estado. Muito aplaudido, Lindberg se comprometeu a ligar para o governador Sérgio Cabral para tentar evitar o que chamou de "caminho do radicalismo" e ressaltou que "a prisão dos bombeiros foi um equívoco". Ele seguiu para São Gonçalo, a fim de visitar os bombeiros presos e saber em que condições eles estão. "Há denúncias de esposas de bombeiros de que alguns grupos passaram a noite em ônibus".

O governador Sérgio Cabral divulgou nota neste domingo em que qualificou como uma atitude de "incomensurável gravidade unir armas e crianças", em referência à manifestação de bombeiros militares na sexta-feira à noite. Na nota, o governador diz que "esse grupo qualificou de 'manifestação pacífica' a invasão para a qual levou crianças junto a marretas, utilizadas em agressões. Ninguém planeja levar marretas para 'manifestações pacíficas'. E é incomensurável a gravidade de unir armas a crianças - expondo-as a todo tipo de risco - por parte daqueles que se apresentaram como líderes da manifestação".

O secretário de Estado de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Cortes, chegou ao Rio na noite de sábado. Ele estava nos Estados Unidos em missão oficial, quando agentes do Corpo de Bombeiros invadiram o quartel central da corporação, na sexta-feira. Segundo a secretaria de Defesa Civil, Cortes se reuniu com o novo comandante, Sérgio Simões, ainda no sábado. Juntos, eles percorreram as instalações do quartel e verificaram os danos causados pela invasão no pátio, viaturas, demais locais e equipamentos.

Os bombeiros que estavam presos na corregedoria da Polícia Militar em Neves, São Gonçalo, foram transferidos para uma unidade do Corpo de Bombeiros em Charitas, Niterói.

Na internet, os bombeiros fizeram uma corrente de e-mails pedindo à população que demonstre apoio aos militares presos usando camisa vermelha ou pendurando na janela de casa um tecido da mesma cor na segunda-feira.

Em nota, o presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, divulgou que "as reivindicações dos bombeiros são justas e legítimas. Os vencimentos da categoria são, reconhecidamente, aviltantes e devem ser reajustados imediatamente. No entanto, a ocupação do quartel-general da corporação, por parte dos grevistas, não pode ser aceita num Estado democrático de direito e só contribui para acirrar os ânimos e diminuir o apoio da população às justas pretensões salariais dos bombeiros". Sobre a postura do governo, a nota segue: "Da mesma forma, as dificuldades impostas pelo governador Sérgio Cabral para que advogados dos grevistas presos tenham contato com seus clientes são também incompatíveis com o Estado de direito democrático e não podem, pois, acontecer".

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